domingo, 16 de outubro de 2011

Antes e depois

Tudo passa devagar dentro de um ônibus. Muretas e placas luminosas. Não sinta medo. Saia correndo para uma dimensão estranha, finja, exploda nebulosas e se esconda detrás do muro. Num instante tudo que me foi ensinado ficou jogado em um grande saco de lixo plástico. Quando a muleta cai e fica só você e o chão. Perto, tão logo e tão já. Os horizontes começam a expandir-se. Meu instinto de caça tem que renascer dentro de meu fantástico ser terrestre. Minhas asas foram retiradas e moqueadas longe de minha visão. Tudo caminha lentamente agora.
As construções continuam a todo vapor em minha memória bagunçada. Seis menos dois dá quatro desde quando? Meus órgãos vitais se remexem dentro do meu corpo físico, quantas portas eu poderei abrir? Quantas outras perguntas terei que fazer aos céus? Meus olhos começam a arder. Toda a história que muda uma trajetória terrestre e meus desejos se tornam realidade. Tudo que meus olhos viram e tudo que meus ouvidos puderam ouvir não sei mais o que pode ser real. Mas acredito em algo.
Caminhe em sua escuridão, reflita e discuta com seus próprios medos. Cada planta verde tem um verde especifico. Inacreditável pensar assim. Saio despreparado sempre, sem escova de dentes ou cuecas suficientes, mas meu santo é forte, o que passa nas minhas veias senão um sangue puro? Sangue real. Minhas apostas podem aumentar em qualquer momento. Escrever em meus pensamentos é sempre mais fácil, as linhas se cruzam sem grande esforço. A mensagem chega antes que o mensageiro. Deito-me.
Uma bateria de gritos e sustenidos vozeirões balançam as palmeiras da antiga praça de qualquer lugar do Brasil. Pescoços apertados pelo peso da mochila que marcou com duas listras vermelhas minhas costas também. Relaxa, em qualquer momento você encontra o que veio procurar por aqui. As pedras foram espalhadas por vários cantos do planeta Terra. Meus livros estão todos empoeirados em algum canto da minha casa cheio de traças. Meu cérebro expande.



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