A porta do bar tinha alguns adesivos colados. Adesivos de moto clubes, bandas dos anos setenta e algumas mulheres nuas. Senhores vestidos de couro e com seus grandes bigodes e barbas esperavam na fila de entrada. Deveria ser um bar gay. Nenhuma mulher. Talvez pudesse ser uma casa de prostituição também. Mas quem ficaria na fila para entrar em uma zona?
Meus olhos correram rápido para outra direção. Estava afim mesmo é de encontrar uma banca de jornais. Ler gibis de super-heróis ou não, só observar as capas coloridas e cheias de símbolos. Semiótica total. Ergui as calças e continuei andando. Maldito chiclete eu pensei. Durante uns quatro quarteirões continuei com o maldito grudado em meu tênis esquerdo.
Algumas putas faziam o seu ponto diário na esquina. Alguns carros estacionavam e logo partiam com as garotas. Pessoas sem papo. O cara precisa pagar uma garota para transar. Eu me enforcaria, logo. Um mundo bizarro como esse. Como posso pensar em ter lindos filhos e jogar eles aqui? Queria montar o meu próprio mundo. Cheio de cor e cheiro gostoso, nada de excrementos de cachorro de madame na frente dos meus passos largos. Estava atrasado. O filme da minha esposa ia começar em alguns instantes. Tive tempo de roubar duas flores em dois jardins. Quando ela me viu veio correndo me abraçar. Estava sorrindo e com um saco de pipocas na mão. Sentamos perto da sua família. O filme iria começar.
Gustavo Ribeiro
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