Aquela manhã cinza de Londres podia ficar bem mais colorida ao passar das horas. John Lennon colocava suas botas pretas para o seu passei depois do primeiro cigarro. Seus cabelos estavam precisando de um pouco de higiene, não se importou.
Na sua casa cheia de árvores, George Harrison brincava com seu cachorro na grama em frente ao jardim. Seus movimentos de guitarristas ainda atrapalhados pela noite anterior. Um copo com chá o esperava na mesa da sala de estar, tinha um encontro com seu amigo na casa de um dentista maluco.
George Harrison e John Lennon viajaram juntos com LSD, pela primeira vez em 1964 na casa de um dentista londrino, logo após um jantar. Na casa ainda tinha um sujeito chamado Michael Hollingshead que era praticamente um missionário do ácido lisérgico.
Hollingshead andava por aí com um pote de maionese cheio de ácido vindo dos laboratórios da Sandoz na Suíça, onde o LSD foi sintetizado pela primeira vez pelo químico Albert Hofmann, ele tinha como missão converter o maior número de pessoas possível, mas Harrison e Lennon odiaram aquela primeira “viagem”. Eles acabaram no carro de Harrison dirigindo em alta velocidade por Londres, totalmente fora de si. Foi só mais de um ano depois, seguindo o conselho de Tim Leary em A experiência psicodélica- sua interpretação do Livro Tibetano dos mortos, com todo aquele papo de controlar a postura e o ambiente-, que Lennon “viajou” em seu sótão, seguiu a direção da luz. Na manhã seguinte compôs “Tomorrow never knows”.
Gustavo Ribeiro
Gustavo Ribeiro
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