Nos pés inchados duas formigas caminhavam tranquilamente desviando dos dedos cheios de barro. O gigante descansava por ali mesmo, na encosta do mar. Molhava seus pés até a canela na praia de águas azuis.
Tudo tranqüilo para o gigante da montanha amarela. Tinha esse nome, devido a centenas de árvores de laranja e tangerina que circundavam o pé da montanha. Ele corria por todos os lados sem ser incomodado. Amassava algumas poucas vezes alguns bezerros distraídos ou ursos zombeteiros. Não era do tipo violento.
Pra comer se distraía com baleias azuis e pequenas plantações de repolho e às vezes de batata. Andava pelado de lá pra cá. Só não tinha pai nem mãe. Era um solitário. Brincava em sua ilha, porém, só. Não tinha contato com ninguém, não sabia falar. Suas unhas só saiam dos dedos quando por ventura as quebrava. Era uma sujeira de dar dó. Cabelo cumprido até a cintura. Seu cheiro podia se sentir em milhas de distância, mas ele estava muito mais longe do que isso. Estava no meio do mar.
Sem livros, sem música. Quando chovia assoprava e as nuvens saiam fugidas pra nunca mais voltar. Vida sem graça. Nenhuma luz, nenhuma situação mundana. Era só ele e seu mundo ilhado. Sem graça, sem nada, só sal.
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