Pequenas gotas caem adormecidas na manhã cinzenta do lado sul, rosas presas em arames fechando a sorte e a luxuria. Anjos com seus olhos de sementes esverdeadas dançam em uma roda de sonhos. Uma bala atinge a conferência novamente no horário nobre, mais uma execução em doces lares.
As ruas geladas esfumaceiam vapores lançados pelos bueiros livres de cores, as luzes amareladas enfeitam os pássaros noturnos e sombrios. Em seu lado obscuro uma melodia do fim dos quarteirões em seu vulcão de erupções.
As árvores parecem necessitar dos ares celestiais e nuvens carregadas de flores, por milhas e milhas procurando a pétala da meia noite. A meia luz de um antigo bar, guitarras pedem a atenção do barman para um gole que a anos estava prezo dentro daquela garrafa de uísque doze anos.
Na sacada rústica do bar milenar, acendo um filtro de prazer e carbono para fugir a mente ao outro lado da noite. Cabelos estranhos parados em portas de carros, esperando novamente as lágrimas de uma noite fechada com traços de uma vela na escuridão.
Peixes estranhos navegam por calçadas imaginárias falando sobre fantasias encurraladas em garrafas voadoras. Profetas com copos escravos em seus punhos, elevando as estrelas seus pecados minúciosos dentro de uma bola de sorvete. Quebra-cabeças se encaixam em esquinas, com toques de piano e apenas o vento como uma drástica companhia, você é tudo que necessito em quadrinhos mentirosos, seus olhos sexy voaram direto para o “Inferno de Dante” .
O bar parece ter sumido daquela esquininha da rua 8, o copo de vidro foi deixado por descuido em minhas mãos, então sai caminhando rumo a porta que tinha sinais de uma luta da noite passada. Os passos batem no chão com um ritmo de tango, calmo, mas com intensidade.
Câmeras de segurança filmam a privacidade contemplada pelo céu negro e fechado,os muros parecem de colocar em um corredor da morte programado por ruas pintadas e pontos de ônibus, as flores ficam aprisionadas dentro de quintais montados com pisos e azulejos.
Andando em um “labirinto” de pecados, as harpas entoam os toques do fim dos tempos, os anjos se sentam em cima dos postes do “Coliseu de fantoches” cantando o som dos pássaros mortos pela pólvora da insanidade.
Alan Vianni 03-01-2011
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