Fantasmas se fecham em portas voadoras. Com seu arco de flores flamejantes entre pedaços de estrelas e grandes garotas de inverno, com grãos de baunilha em seus cabelos. Os botões da camisa entre as mãos, despindo-se. Deixando-se tocar com as pontas finas dos dedos, com suavidade, como se toca as coxas de uma mulher.
As ruas despertam a invencibilidade da noite, com seus postes de luzes amarelas e linhas de trem que cortam fileiras e fileiras de casas apagadas e sombrias. Relógios e janelas parecem olhar por entre a cortina cinza com fitas azuis.
Igrejas com torres e sinos arcaicos, entoam seus poderes divinos e angelicais nos domingos chuvosos do mês de julho. Folhas caem fazendo um redemoinho entre os bancos e pássaros da praça celestial central do cemitério.
Em passos simétricos vestidos em sapatos verdes e emborrachados, vestidos, isqueiros, pernas formosas, belas canções em violões distorcidos fazem o caminho por entre vagalumes entorpecidos.
Alan Vianni
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