No pátio central, diversas pessoas vagando sem um rumo fixo. Olhares de canto, distúrbios mentais. Alguns gritos se ecoam entre os corredores gelados. Palmeiras Imperial de longe olham por cima todos os cantos, só de vigia. E meus passos calmos caminham por um mundo novo, sempre sendo observado. Galhos secos, terreno abandonado, trilho de trem, caminhantes gatunos.
Na cabine, um guarda com seu uniforme azul, quepe, coturno preto e um cigarro de filtro vermelho. Espia, espia. Cospe. Acende mais um cigarro, cospe, seu dia começa logo que todos saem dos pátios. Fones de ouvido, café. E suas advertências, só serão usadas no começo do novo dia. Cinzeiro imundo, olhos marejados, sono e mais sono.
Uma garota que se despede e sai andando sem olhar para trás, em uma quarta-feira com um pouco de frio me deixa assim. Fico sentado em cantos esmos na maioria das vezes tomando alguma bebida e olhando esporadicamente para as estrelas que de longe já explodiram a algumas centenas de milhares de anos. Fico pensando em o que poderia estar conversando com você, talvez sorrindo com alguma estória que talvez só nós dois entenderíamos ou mesmo falando de alguma teoria conspiratória contra a morte de Lennon ou Cobain, acendendo uma fogueira cheia de pensamentos bons e conservadores da boa conduta ética e moral cristã. Solto uma gargalhada cheia de dissonantes agudos e uma pausa ininterrupta de no mínimo mais dois meses e meio. O relógio biológico. O tempo no espaço. Meu tempo no espaço. O tempo da Terra. O tempo em Marte. O tempo em outra Galáxia. Em outra. Outra. Depois de algum tempo perdido entre uma galáxia e outra meus sentidos começam a voltar de um em um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário