quarta-feira, 4 de maio de 2011

Um pouco de surrealismo


E quando a vontade absurda de olhar pela janela e encontrar a linda garota bate, porém não se verá mais que paralelepípedos, pedras que ornamentam a pavimentação da minha rua. Alguns flocos de milho para o café da manhã reforçado. Torradas, patês, frutas e bolo de mandioca. Minha geração não sabe o que é viver bem. Quem sabe? Uma onda de nostalgia me bateu nesses tempos, música que me faz lembrar a infância. Cresci ouvindo os melhores LPs da história do rock. Orgulho-me por isso. Stones, Led, Bowie, minhas influências musicais foram da melhor qualidade. Continuo minhas poesias matinais. Vou buscar um copo de água, quando percebo uma movimentação estranha no quintal. Uma sinfonia louca de alguns pássaros e passarinhos endoidecidos pela primavera que acaba de ir embora. Pobres pequenas criaturas.
Uma gaita ecoa suas notas por toda a estação de trem. Pessoas de terno e lendo jornais se enfileiram nos bancos com suas malas do lado. O engraxate ilumina seus sapatos importados do norte de Londres. Enquanto a locomotiva não chega, mais dois cafés e cinco cigarros. Ira visitar sua querida esposa em Amsterdam. Ela faz quadros com seu próprio sangue e vende a preços populares em um bairro boêmio da capital holandesa. Sempre com seu IPOD de oito gigabytes, tanto faz, eles não irão ficar muito tempo juntos. Ele leva a noticia que deseja o divórcio, encontrou uma garota em Berlim, com a metade da idade da esposa e que pintava com tinta acrílica. Não resistiu aos encantos da jovem garota de Berlim. Devaneio europeu.

2 comentários:

  1. Muito bom, essa sensação de nostalgia, ela também me consome em muitas de minhas manhãs...
    Parabéns pelo texto!!!

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  2. obrigado!! identificação!!
    isso é muito legal, me identifico lendo alan poe.

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